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quarta-feira, 13 de abril de 2011

CARTA DO PROFESSOR

        Sou professora há 20 anos. Atuei em escolas públicas e particulares no ensino fundamental de 1ª a 4ª série. Acho que não sei mais dar aulas, me assusta o baixo índice de aproveitamento dos alunos. Às vezes me pergunto: o que acontece nos dias de hoje? Sempre ensinei e eles aprenderam. Tempos atrás as coisas eram diferentes. Hoje ensino e eles não aprendem. Não se interessam. Não gostaam de estudar. O que está aacontecendo com os alunos? Que tipo de alunos temos? Eu continuo como sempre fui. Querem que eu mude e acham que a culpa do desinteresse deles é minha. Não acredito nisso . O que querem que eu faça? Não posso mudar. Sempre dei aulas desse jeito e sempre funcionou. O problema não sou eu e sim eles, que não querem nada com nada. Não adianta frequentar esses cursos. Falam...falam é muito discurso e pouca prática. Temas Transversais? Interdisciplinaridade? Transversalidade? Verticalidade? Pedagogia de Projetos? Socioconstrutivimo? Cidadania? A reallidade é diferente do que eles imaginam... Nunca ouvi falar nesses Temas Transversais, como posso ensiná-los? "Só vejo o que sei" (Jean Piaget). Como trabalhar cidadania com um aluno que tem fome, cujo pai está desempregado? Como ensinar Ética para um aluno que viu um crime na porta de casa e vê sua mãe apanhar do pai que é violento, pois ingere álcool ou drogas, ou um dos irmãos mais velhos foi preso por roubo? Como falar em Saúde com alunos que não visitam dentistas e médicos regularmente? Que não são vacinados? Que não tem o hábito do banho, que nunca viram um chuveiro? Que têm piolhos ou escabiose? Se eu falo do mau cheiro, da escabiose e dos piolhos, estou discriminando... Como vou conseguir ensinar esses alunos? Como ensinar esses tais Temas Transversais nas aulas de Matemática? E os conteúdos,como é que ficam? Como trabalhar Pluralidde Cultural se eles muitas vezes são vítimas de preconceitos porque são mestiços ou pobres? Eu mesma, num questinamento sincero da minha prática, sou cheia  de Preconceitos. Dizem que sou cega, que olho mas não enxergo, não tenho atenção e presença.Dizem ainda que sou alienada, que só vejo o que me qgqdq, só porque no fundo acho que as coisas não vão ou podem mudar, são assim e pronto. Todo o esforço que eu puder já está condenado mesmo antes de começar. Nada muda. Esse tal de socioconstrutivismo não passa de outra moda na escola, logo passa. Ouvi falar em olhar de cientista para os problemas educacionais. Que olhar é esse? Que essa tal de zona real do conhecimento? A sala de aula é Real, o desinteresse dos alunos é real, o vandalismo é real, a indisciplina é real. a falta de recursos é real. Meu medo é real. Meu desconhecimento sobre essas novidades é real. Como falar de sexo em sala de aula? Como falar deMmeioAmbiente se não consigo manter minha sala de aula em ordem nem a escola limpa? Acho que o mundo enloqueceu... e quem escreveu esses Temas Transversais nunca entrou em uma sala de aula... sou professora de magistério e não deOorientaçãoSexual, de Sociologia, de Filosofia, de Ecologia, de Medicina... Não tive essas matérias no curso... Nada posso fazer. As coisas precisam ficar como estão.
                                                                           Estou confusa e insegura.

     "(...) cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende a partir do mundo que habita."
(Leonardo Boff)

Temas Transversais & conteúdos normais: proposta prática de construção do conhecimento transversal: 1º ciclo
Tânia Dias Queiroz...[et, al.] coordenação pedagógica Tânia Dias Queiroz.-- São Paulo: Didática Paulista, 2000.

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